Varejistas começaram o ano com bom humor devido ao menor ritmo de restrições sanitárias, que marcaram boa parte do ciclo da pandemia. As flexibilizações permitiram o aumento da circulação de pessoas, consequentemente, o fluxo de vendas do setor.
A análise é da economista Catarina Carneiro Silva, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ao falar sobre o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), anunciado nessa terça-feira (25).
O indicador subiu 1,4% em janeiro ante dezembro, para 121,1 pontos, maior patamar desde março de 2020 (128,4 pontos). Como a imunização contra a covid-19 prossegue no país, agora contemplando crianças, ela não descarta novos aumentos do indicador.
Catarina pontuou que nem o avanço da variante ômicron – que levou a um aumento de casos expressivo – inibiu a alta do indicador no começo do ano. A economista ressaltou que, mesmo com alta de casos, o número de óbitos não subiu na mesma proporção do que avançou no ano passado.
Sobre cenário econômico
Questionada sobre contexto macroeconômico desafiador, com juros e inflação em alta, e renda em baixa – o que inibe consumo –, a especialista reconheceu que isso deve ser levado em conta nas projeções de negócios.
“Não vou negar. O cenário é desafiador”, admitiu. No entanto, a economista ponderou que o setor de varejo sofreu tanto com as restrições de circulação social no começo da pandemia, que agora, com maior flexibilização dessas restrições, o cenário é comparado com de dois anos anteriores – e para melhor, comentou ela.
“O subindicador de condições atuais superou os 100 pontos [em janeiro, quadrante favorável do índice]. Os empresários estão satisfeitos com a situação atual”, disse.
Novos postos de trabalho
Catarina informou ainda que, pelo Icec de janeiro, os empresários também mostraram vontade de abrir mais postos de trabalho. O tópico intenção contratação de vagas ficou em 137,2 pontos em janeiro, 5% acima de dezembro. “Temos que lembrar também que as empresas do varejo demitiram muito durante a pandemia”.
Outro aspecto mencionado por ela é que a confiança em alta, em janeiro desse ano, abrangeu empresas tanto de pequeno quanto de grande porte. Em companhias de até 50 empregados pesquisadas para o Icec, o indicador de confiança subiu 1,4% em janeiro ante dezembro e, nas com mais de 50 empregados, a alta foi até mais intensa, de 2,2%, no mesmo período
Por: Valor Econômico
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