Ponte entre quem busca produtos mais baratos e quem quer ter renda extra com eles, o comércio de usados cresceu no ambiente de inflação em disparada, abrindo também oportunidades a pessoas que perderam o emprego. A cada dez lojas abertas desde 2021, praticamente nove (88%) são de microempreendedores individuais (MEIs), categoria na qual, muitas vezes, o empreendedorismo é motivado pela necessidade – como é o caso de pessoas que abriram negócios próprios porque não conseguiram voltar para o mercado de trabalho ou precisaram de um complemento de renda.
Para Silmaria Marques, 34 anos, o brechó Cravo com Canela, aberto na garagem do ex-sogro em Itaquera, na zona leste de São Paulo, é uma forma de garantir uma renda extra para a família. Ela divide o seu tempo entre o trabalho fixo de assistente de imigração e o sonho de comercializar roupas de segunda mão. “Eu sempre amei compras em brechó, não só pelo custo, que é muito menor do que dos novos, mas pela exclusividade das peças que você consegue garimpar”, diz Silmaria.
Diferentes estilos
No brechó em Itaquera, os clientes variam de pessoas que querem gastar pouco com vestuário, jovens ligados à moda sustentável e também outras vendedoras de itens de segunda mão, que têm seus negócios na web. Para garantir novidades toda semana, Silmaria busca peças em bazares beneficentes. “Desde o começo da pandemia, o movimento na loja cresceu cerca de 40%.
“O consumo dos itens de segunda mão segue aquecido no mundo, seja pela consciência ambiental, seja pela grana mais curta dos consumidores.
De acordo com os dados de um estudo realizado pela consultoria Boston Consulting Group (BCG), a previsão para o mercado de artigos de moda usados – também alimentado pela maior preocupação da sociedade com os impactos ambientais da produção têxtil – é de crescimento de 15% a 20% até 2030.
Por: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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