O Grupo Bibi, de calçados, viu seu faturamento crescer 56% nos seis primeiros meses do ano, frente ao mesmo período de 2021. No ano passado, a empresa faturou R$ 153 milhões e, em 2022, a expectativa é a de chegar a R$ 200 milhões. Em meio a um cenário de inflação de custos, que afeta a rentabilidade do setor, a companhia manteve a estratégia de crescimento internacional e almeja chegar a 100 lojas fora do País até 2030.
O foco da rede é dar continuidade ao plano de expansão via franquias, no Brasil e em países da América Latina. Neste ano, a Bibi inaugurou seis unidades em território nacional e a primeira loja física no Chile. Até o fim do ano, são esperados mais 25 novos pontos de vendas, sendo 18 nacionais e sete internacionais.
Organizada em franquias, a rede de lojas da Calçados Bibi registrou um crescimento de 53% no primeiro semestre de 2022, considerando os pontos nacionais e internacionais, em relação ao mesmo período de 2021.
“Até o fim do ano, temos como foco a expansão da rede para diferentes regiões, além de trabalhar estratégias para aumentar a eficiência da nossa rede de lojas, mantendo o bom ritmo de crescimento que conquistamos até o momento. Estamos com novas franquias programadas para serem implantadas em diferentes regiões brasileiras e países da América Latina”, afirma a presidente da empresa, Andrea Kohlrausch.
Expansão para o exterior visa diversificação de mercado
Para a Calçados Bibi, destinar sua expansão de lojas para o exterior visa uma diversificação de mercado. A venda para outros países é vista como um processo de aprendizado constante para a empresa, pois traz padrões e exigências internacionais que podem ser aplicados no mercado interno.
O Grupo Bibi compreende a atuação das indústrias localizadas em Parobé (RS) e Cruz das Almas (BA). A produção atende as franquias, os canais multimarcas e exportações para mais de 70 países.
Exportações brasileiras de calçados cresceram 65%
O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Calçadistas, Haroldo Ferreira, diz que, hoje, a exportação responde por cerca de 15% do total produzido pelo setor calçadista. Nos primeiros sete meses do ano, foram exportados 86,87 milhões de pares, que geraram US$ 763,4 milhões, incremento tanto em volume (31,8%) quanto em receita (64,8%) em relação ao mesmo período do ano passado.
“Neste momento, em que o dólar está valorizado sobre o real, e o mundo ainda sente reflexos dos aumentos dos custos com fretes, a indústria brasileira de calçados tem se mostrado uma alternativa bastante importante, principalmente para fornecimento de calçados a países mais próximos geograficamente”, afirma Ferreira.
Ele afirma que, de uma forma geral, o Brasil tem se beneficiado, no cenário do encarecimento do frete marítimo internacional, nos casos de proximidade logística em relação a importações da Ásia. Entre janeiro e julho, as exportações para países da América Latina cresceram 76,3% em valor, e 39,3% em volume em relação ao mesmo período do ano anterior.
“Esse grupo de países representou 44% dos pares exportados pelo Brasil nos sete primeiros meses do ano. Entre os 10 principais destinos dos nossos calçados no exterior, sete são da América Latina”, afirma Ferreira.
Para o dirigente, as exportações não podem ser ocasionais, induzidas por oportunidades temporárias de mercado. “Para ter um processo de internacionalização forte e consolidado, as empresas precisam adotar a exportação como parte estratégica do negócio, como uma cultura empresarial”, complementa Ferreira.
No caso da Bibi, a empresa informa que manteve os planos em meio a um momento desafiador de mercado. “Com a retomada (do comércio), houve aumento nos fretes, matérias-primas e mão de obra. Ou seja, tivemos que administrar tudo isso com base nos planos já traçados para o ano”, afirma a presidente da empresa, Andrea Kohlrausch.
Por: Estadão
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