CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO

Cansada de sofrer com calçados desconfortáveis, executiva empreende com sapatos de luxo

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Quando o mundo foi obrigado a parar, em março de 2020, a diretora financeira de uma empresa do ramo imobiliário de Brasília, Tainah Barreto, de 33 anos, percebeu que uma ideia de negócio a acompanhava há muito tempo. Foi uma dor dela própria (literalmente) que a motivou a ir atrás de informações sobre o mercado calçadista para empreender no ramo – sem deixar o cargo. Hoje, ela concilia a atividade executiva com a marca de moda Barreto, especializada em sapatos de luxo feitos à mão.

Tainah já ocupa o cargo executivo há dez anos, mas atua no ramo desde os 16. A correria do dia a dia fez com que ela, assim como muitas mulheres, normalizasse o incômodo que sentia com os sapatos. “Eu sempre sofri muito, trabalhava o dia inteiro, e às vezes tinha que ir a um evento à noite. Sempre tinha que levar outro na bolsa”, conta.

Ela não conhecia ninguém do ramo calçadista, mas teve a inspiração de empreender no segmento no início da pandemia de covid-19, em 2020. Na ocasião, Tainah alternava a presença no escritório com dias em home office, e percebeu que não era plausível sentir dor para trabalhar. A executiva pesquisou tudo que podia sobre os produtos vendidos no Brasil e não encontrou um que entregasse três pontos que ela considerava fundamentais: design, conforto e qualidade.

Ela passou meses estudando o mercado e descobriu que muitas peças são manufaturadas no Brasil, mais precisamente na região conhecida como Vale dos Sinos, que abrange municípios como São Leopoldo e Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e exportadas. “Em sapatos que poderíamos pagar mil reais, pagamos mil euros. Não faz sentido.” Além de estudar a questão mercadológica, ela se aprofundou em cursos de design de sapatos, com professores internacionais. “Foram oportunidades proporcionadas pelo cenário de pandemia, porque os cursos passaram a ser online.”

Munida de informações, Tainah foi até o Vale dos Sinos em busca de potenciais fornecedores e mão de obra que calçassem sua ideia e a ajudassem a tirar do papel. Mas não foi uma tarefa fácil. “Foi um ano muito sofrido, com muitos erros, muitas maquetes frustradas.” No meio do caminho, ela conheceu Filipe Naissinger, executivo que tem uma consultoria empresarial no ramo e se interessou pela proposta. Hoje, ele é o diretor de operações da Barreto.

Tainah calcula que tenha investido cerca de R$ 700 mil em todo o processo de pesquisa de mercado, construção de marca, contratação de pessoas qualificadas e lançamento da Barreto. A empresa entrou no ar em dezembro de 2021, e seis funcionários são dedicados à produção dos sapatos. “O processo é bem mais artesanal, substituímos muitas máquinas para ter aquele detalhe a mais, feito a mão. Um sapato direcionado ao público AA leva três vezes mais tempo para se fazer”, detalha Naissinger.

 

 

Por: Pequenas Empresas, Grandes Negócios
Crédito imagem: Freepik

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