CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO

Varejistas já são digitais, mas ainda não conseguem ter melhor experiência tecnológica

Compartilhe essa publicação:

Dois anos após o início da pandemia da covid-19, os varejistas asseguradamente já são digitais. O Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) de Varejo, estudo da TOTVS, maior empresa de tecnologia do Brasil, em parceria com a H2R Pesquisas Avançadas, revelou que 94% dos varejistas entrevistados possuem pelo menos um canal de vendas digital, indicando que a grande parte dos lojistas brasileiros investiu no ambiente virtual para garantir melhor proximidade e atendimento e, consequentemente, fidelizar e conquistar clientes.

No entanto, o IPT aponta que apenas 5% do varejo está na ponta da produtividade – o que indica que apesar da digitalização, há carência em relação ao desempenho a partir das tecnologias adotadas.

Apesar do avanço da digitalização dos últimos dois anos, principalmente, os varejistas brasileiros ainda estão em processo de iniciação ou adaptação às ferramentas tecnológicas.

O índice de produtividade tecnológica do setor registrou 0,43 pontos, em uma escala de 0 a 1, que avalia o nível de produtividade tecnológica com base no uso de ERPs e outras soluções complementares, a partir de indicadores de internalização de tecnologias e ganho de performance.

Com apenas 5% dos varejistas entrevistados na ponta da produtividade, é mínimo o total de negócios que chegam a 0,75 pontos na escala do índice.

“O custo de adoção da tecnologia é muito mais barato do lado do cliente. Sempre vai ter consumidor como força motriz empurrando as mudanças nas empresas. A narrativa que aconteceu na pandemia é que a força continua vindo do consumidor, porém mais intensa. Já faz tempo que o varejo falava do digital. As receitas sempre cresceram bem no digital, chegando a 10%. Em dois anos subiram 50% (alcançando os 15%)”, pontua o diretor de varejo e distribuição da TOTVS, Elói Assis.

Ele afirma que o que mudou nessa relação foi o consumidor final que acompanhava o avanço tecnológico mas não o usava por medo ou algum outro impedimento; com a pandemia, viu-se sem opção, testou e até aprovou a digitalização.

Apesar do consumidor demandar mais as empresas em torno de soluções digitais para a oferta de serviços e produtos, os negócios ainda estão contidos em relação ao máximo que poderiam explorar das ferramentas disponíveis.

O setor que mais lida diretamente com o público final ainda não aproveita o suficiente ferramentas para gestão de clientes. O CRM (gestão de relacionamento com o cliente), por exemplo, ainda é utilizado por apenas pouco mais de um terço das empresas (37%).

As demais ferramentas de gestão e relacionamento com clientes adotadas são programa de fidelidade (27%), chatbots (14%) e cashback (9%).

Em relação à gestão de vendas, os varejistas dão maior atenção à frente da loja e ao caixa, com forte adoção de sistemas de PDV (82%), retaguarda de loja (75%) – com uso de soluções que integram informações com o estoque – e a conciliação de cartões (69%).

No entanto, chama atenção a baixa utilização de soluções de caixa (PDV) sem integração com sistemas de cobrança de cartões (conhecidos como TEF), usada por apenas 55% dos entrevistados.

Isso significa que muitos ainda utilizam maquininhas de cartão independentes, sem nenhum tipo de ligação com seus sistemas, gerando problemas de conciliação e controle de seus efetivos recebimentos, que podem prejudicar resultados de vendas e margens.

Para a elaboração da pesquisa foram realizadas 673 entrevistas, considerando empresas nacionais e multinacionais, com faturamento igual ou superior a R$2 milhões em todas as regiões do País.

Entre o público, foram ouvidos varejistas de diversos segmentos, com a seguinte representação em termos de quantidade de lojas: 27% food service; 15% supermercados de proximidade (mercados de bairro ou pequenas unidades de grandes redes); 14% moda (vestuário, calçados e acessórios); 12% farmácias e drogarias; 10% supermercados, hipermercados e atacarejos; 8% beleza e cosméticos; 7% home centers e lojas de materiais de construção; e, por fim, 6% automotivo e concessionárias.

 

 

Por: JC – UOL
Crédito imagem: Freepik

Rolar para cima