O Dia das Mães é a segunda maior data comemorativa no Brasil em vendas. Este ano, os segmentos que devem ter maior destaque são vestuário, calçados, acessórios, cosméticos, floriculturas, perfumarias, móveis e eletrodomésticos. Além disso, os restaurantes devem apresentar forte aumento de vendas na data, considerando a reabertura dos espaços sem restrições combinado com o desejo da população em realizar confraternizações familiares. Há ainda espaço para empresas de serviços ligados à beleza, esportes e saudabilidade trabalharem a venda de pacotes promocionais. A avaliação é da KPMG, conduzida a partir de dados de mercado, setor e comportamento dos consumidores.
“Mesmo com todas as dificuldades e os desafios enfrentados pela população brasileira, essa já é uma data muito estimulada pelo setor. Este ano esperamos uma parceria maior entre o varejo e os fabricantes, que devem ajudar com os tradicionais rebates, para proporcionar preços mais acessíveis aos consumidores. A data tem ainda grande apelo emocional e a atual flexibilização na circulação das pessoas impulsiona todos os segmentos da cadeia produtiva”, afirma Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul.
A retomada do consumo e o aumento das vendas no varejo está alinhada com a Intenção de Consumo das Famílias no Brasil, que subiu 11% em 1 ano e chegou a 78,5 pontos em abril. Este é o maior valor desde maio de 2020. Em abril de 2021, era de 70,7 pontos, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O aumento é o quarto consecutivo, porém ainda abaixo dos 100 pontos (nível de satisfação) desde abril de 2015.
Parte do saque extraordinário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), disponibilizado pelo Governo Federal, também deve impulsionar o varejo. Segundo a CNC o comércio deve receber R$ 10 bilhões do FGTS nos próximos três meses, o que representa 36% dos R$ 29 bilhões que serão liberados para os trabalhadores. De acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) o Dia das Mães deve movimentar R$ 28 bilhões este ano. O preço médio dos presentes foi estimado em R$ 221 e 79% dos brasileiros devem consumir nessa data.
O Índice de Confiança do Comércio (Icom), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (Ibre) caiu 0,9 ponto em abril, ao sair de 86,8 para 85,9 pontos.
No mês, dois dos seis principais segmentos do setor recuaram. A piora do Índice de Expectativas (IE-COM), novamente contribuiu para o resultado negativo. A queda desse indicador ficou em 6,8 pontos, atingindo 79,6 pontos, o que significa o menor patamar desde março de 2021, quando alcançou 70,2 pontos. Movimento diferente teve o Índice de Situação Atual (ISA-COM), que avançou 5,3 pontos e passou de 87,6 pontos para 92,9 pontos, o maior nível desde outubro de 2021.
Com relação às médias móveis trimestrais, o Icom subiu 0,3 ponto. Esse é o segundo resultado positivo depois de um período de seis quedas.
Para os próximos meses, segundo o economista, o cenário parece incerto, uma vez que as perspectivas dos empresários sobre vendas, tendência dos negócios e emprego são de queda, o ambiente macroeconômico complicado e a confiança dos consumidores oscilando em patamar baixo.
De acordo com o instituto, desde o final do ano passado, as quedas consecutivas do Índice de Situação Atual (ISA-COM) colaboraram para a piora da confiança do comércio. Este foi o motivo para o índice em médias móveis trimestrais, ficar abaixo do nível do Índice de Expectativas (IE-COM). No entanto, o desempenho dos últimos meses reverteu essa tendência e aproximou o nível dos dois índices.
“Atualmente, em médias móveis trimestrais, ambos índices se aproximam na casa dos 87 pontos, o que ainda é considerado um patamar baixo”, informou o instituto.
Por: Monitor Mercantil
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