A migração do sourcing da Ásia para o Ocidente trouxe oportunidades para a indústria calçadista brasileira. E o potencial da região tem sido bastante explorado, tendo como principal comprador os Estados Unidos.
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), as exportações gaúchas de calçados registraram aumento expressivo no primeiro bimestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado, com 157% no faturamento e 117% no volume, somando 1,7 milhão de pares vendidos para os EUA.
“Os motivos vão desde aumento dos custos do frete da Ásia, em função da quebra de fluxos durante a pandemia, até as sobretaxas motivadas pela guerra comercial entre Estados Unidos e China (o calçado chinês paga uma sobretaxa de 7,5% para entrada nos EUA).
Posição
O Brasil se coloca como relevante player de abastecimento, pois é o maior produtor de calçados fora da Ásia. Também temos uma cadeia produtiva completa, com atributos de qualidade, design e sustentabilidade, o que é muito caro para o comprador norte-americano”, explica o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, que destaca a preferência pelo sapato feito no RS.
“No Estado está um dos principais polos calçadistas de produtos femininos de alto valor agregado do País, produzidos com couro, o que vem concedendo competitividade para o segmento – respondem pela maior fatia de produtos exportados para os EUA.”
A estimativa é de que o crescimento das exportações brasileiras fique em torno de 9% (em volume) na relação com 2021. “Uma dinâmica melhor do que o crescimento interno, já que a produção deve crescer 2,7% no mesmo período”, avalia Ferreira.
Por: Jornal VS
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